As implicações do possível fim do acordo de comércio bilateral com o México
A notícia sobre o possível encerramento do acordo bilateral de comércio exterior entre Brasil e México, caiu como uma bigorna no setor automobilístico, apesar da Presidente Dilma Rousseff não ter confirmado publicamente a decisão.
Uma matéria do jornal Valor Econômico da última sexta-feira, dia 03 de fevereiro, coloca na mesa 3 situações que levam à decisão: [1] estamos importando mais que exportando – mais de 40% de crescimento de importados em 2011 e 1,7 bi em déficit, [2] Lá no México as montadoras não estão respeitando a nacionalização mínima de 35% na fabricação dos carros exportados, e, por fim, [3] fortes pressões sindicais.
O fato que assusta é a forma como as decisões vem sendo anunciadas. Efeito “supresa”! Vide a alta do IPI sobre os carros importados. A atitude vai no sentido contrário ao plano de negócio de muitas marcas que, inclusive, vêem na demanda crescente a oportunidade de iniciar a produção local de veículos. Concordamos com proteção da indústria nacional, em equilibrar melhor as contas, mas não podemos cair em descredito e perder a confiança do setor produtivo.
Porque não desonerar a produção? Rever a infraestrutura? Desburocratizar? Já vimos esta história na década de 90 e quem perde sempre é o consumidor. A competitividade gera melhores preços.
Veja os carros que atualmente chegam importados do México:
Honda CRV
Ford New Fiesta [hatch e sedan], Fusion
Chevrolet Captiva
Volkswagen Jetta e New Beatle
Fiat 500 e Freemont
Nissan Versa, March, Tiida [hatch e sedan] e Sentra
O imposto que está em jogo é de 35% e o acordo para ser encerrado tem uma carência de 14 meses. Como você pode imaginar, para a Nissan, por exemplo, a notícia é um pesadelo, mesmo já tendo anunciado a contrução da nova fábrica em Resende, no Estado do Rio.
Torcemos pelo diálogo, pela negociação, pelo envolvimento de todas as partes envolvidas e por fim, pelo bem do consumidor.